quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Feira das Profissões


Lembro-me de estar sentada nas carteiras de madeira da primária a responder à professora o que queria ser quando fosse grande.

Disse-lhe professora. 

Talvez incitada pela minha mãe que sempre que alguém me perguntava e eu calada pensava que não sabia ela adiantava-se na minha resolução.

Lembro-me que era algo muito comum. As meninas queriam ser enfermeiras, médicas, professoras. Acho que a AP queria ser hospedeira porque o pai trabalhava no aeroporto.

(É engraçado rever essas pessoas hoje e ver quantas seguiram o futuro que pensavam que queriam aos sete anos.)

Os meninos queriam ser mecânicos, advogados, jogadores de futebol, soldados. (O M. confessou-me algures nas nossas conversas que me marcaram que queria ser pescador. Ou seria o seu disfarce de Carnaval? São essas confusões de ideias que me fazem querer voltar a saber dele. Mas não posso!)

Além dos jogadores de futebol, as respostas que hoje ouvimos à mesma questão são bastante diferentes.

Ninguém, hoje, diz que quer ser professora. Talvez ainda se oiça médicos. Mas a maioria responde que querem ser cantoras, atrizes, modelos/manequins.

Não sei o que mudou entretanto.

Talvez as notícias sobre o desemprego mesmo em profissões anteriormente vistas como uma boa aposta de futuro. Talvez o deslumbramento com a fama, o desenvolvimento das revistas cor-de-rosa e a casa dos segredos.

Nada contra os atores, os cantores, porque admiro imenso a vocação e a dedicação necessária para ser bem sucedido nessa área. 

Serão os ideais aos seis anos representativos da mentalidade de um futuro?

O certo é que será igualmente engraçado descobrir no que essa geração se irá transformar.


2 comentários:

  1. Plenamente de acordo e, de um modo geral, assusta-me pensar naquilo em que se transformará essa geração de vazio. Haverá sempre alguns a "desbravar" caminho:)

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    1. Nunca pensei ser alguém que mais velha dizia isso das gerações anteriores até porque acho que é um fenómeno que acontece sempre. Mesmo assim, acho que cada vez mais se agrava e são cada vez menos as excepções que suplantam as expetativas.
      Veremos...

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