sábado, 19 de junho de 2010

Favores



Já acreditei na boa vontade das pessoas e fui enganada. Mesmo assim custa-me porque sempre acreditei que no fundo todos temos o nosso lado altruísta. (Ingenuidade?)
Há um sinal que nos diga com precisão se alguém nos ajuda desinteressadamente ou está à espera que o favor seja retribuído? A recorrência e a sua demonstração explícita são óbvios mas quando não o são?
Sinto que fui enredada nesta teia de (des)favores. Pedir ajuda é cada vez mais difícil. E se no momento de compensar não estiver ao meu alcance ou se simplesmente não concordar com o que me pedem? Estarei a ser mal-agradecida? E se no reverso da medalha dou por mim a fazer algo sem pensar em prémios será algo recíproco? É legitimo pensar que se fui auxiliada por alguém estou em dívida para com ela? E esta para ser justamente saldada é quantificável ou qualificável? Quem decide os termos do “contrato” se este foi realizado à posteriori?
Actualmente sinto que toda a gente tem algo que as motiva nas suas acções e esta motivação pode ser para benefício próprio, sem pensar nos intervenientes. Haverá ainda a chamada benevolência ou esta transformou-se num meio para atingir fins?
Gostava que as coisas acontecessem por um sentimento real e mútuo e não em possíveis compensações. E cada vez mais é difícil abstrairmo-nos e distingui-las. Estaremos a ser honestos, coerentes e leais ou simplesmente os valores alteraram-se e as regras do jogo não são as mesmas?

Sem comentários:

Enviar um comentário

Junta-te à conversa!