quarta-feira, 23 de junho de 2010

Oh meu rico S. João…



Há exactamente um ano atrás fomos às compras. A I. tinha martelinhos no carro.
Decorámos a sala da mini-S. com luzinhas, balões e não faltou o manjerico.
As meninas trataram da salada (a habitual com os cherry) e os homens do churrasco. O F. exercitou o braço direito. Tentou trocar mas não dava jeito. Mesmo assim não queria ajuda. As acendalhas ainda estão na dispensa. Fomos chamadas à varanda porque a vizinha do prédio enfrente estava a lavar a sua varanda fervorosa e intermitentemente. Foi piada a noite toda.
A sangria levou martini porque já não havia vodka.
A chouriça estava óptima, a alheira também mas a broa fazia com que tudo combinasse. As febras eram enormes e acabaram por sobrar para o dia seguinte.
Enquanto nos empanturrámos fizemos planos para sair. Não o chegamos a fazer.
Não me lembro da sobremesa mas aposto que não faltou o struddel (o F. não o dispensa por nada) e o pão-de-ló maravilhoso da A.
O I. deixou-nos a meio da noite para ir ver o fogo de artificio com os seus (outros) amigos. Era o seu primeiro S. João no Porto. Nós vimos o fogo pela televisão enquanto comentávamos a evolução da Ana Malhoa.
Acabamos no mini-sofá branco, todas encima das outras. O abat-jour do sexy hot acabou na cabeça da I. e tirámos fotos. E pudemos fazer barulho sem medo do vizinho de baixo porque afinal a noite é de folia.
Descemos e lançámos balões de S. João dos chineses. Mas foram até à Venezuela, Caracas. Os vizinhos malucos do 5º duvidaram mas nós não. Voámos todos um bocadinho naquela noite juntamente com imensos pontos brilhantes no céu.
Esta noite não vou voar tão alto porque não os tenho por perto. Mas o sorriso mantém-se porque há coisas que não se tiram.
Um óptimo S. João.

domingo, 20 de junho de 2010

Maluquinha



Quando estou nervosa, saturada, “passada da cabeça”, o stress diminui quando pego numa caneta e risco um caderno com muita força, muitas vezes. As páginas amarelas antigas são óptimas porque nunca mais acabam. O azul da esferográfica acalma-me.
Isso e ir ao vidrão desfazer umas quantas garrafas, de preferência de champanhe porque são maiores e mais pesadas. Uma óptima sessão de relaxamento!
Podia ser bem pior!

sábado, 19 de junho de 2010

Favores



Já acreditei na boa vontade das pessoas e fui enganada. Mesmo assim custa-me porque sempre acreditei que no fundo todos temos o nosso lado altruísta. (Ingenuidade?)
Há um sinal que nos diga com precisão se alguém nos ajuda desinteressadamente ou está à espera que o favor seja retribuído? A recorrência e a sua demonstração explícita são óbvios mas quando não o são?
Sinto que fui enredada nesta teia de (des)favores. Pedir ajuda é cada vez mais difícil. E se no momento de compensar não estiver ao meu alcance ou se simplesmente não concordar com o que me pedem? Estarei a ser mal-agradecida? E se no reverso da medalha dou por mim a fazer algo sem pensar em prémios será algo recíproco? É legitimo pensar que se fui auxiliada por alguém estou em dívida para com ela? E esta para ser justamente saldada é quantificável ou qualificável? Quem decide os termos do “contrato” se este foi realizado à posteriori?
Actualmente sinto que toda a gente tem algo que as motiva nas suas acções e esta motivação pode ser para benefício próprio, sem pensar nos intervenientes. Haverá ainda a chamada benevolência ou esta transformou-se num meio para atingir fins?
Gostava que as coisas acontecessem por um sentimento real e mútuo e não em possíveis compensações. E cada vez mais é difícil abstrairmo-nos e distingui-las. Estaremos a ser honestos, coerentes e leais ou simplesmente os valores alteraram-se e as regras do jogo não são as mesmas?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Pecados



“Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.”
Eu menti a um mentiroso.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Limites



Quando é que deixámos de amar alguém que algures no tempo nos fazia respirar?
Quando é que a amizade passou a ser inveja?
Quando é que as palavras carinhosas passaram a ser frias expressões de desagrado?
Quando é que as óptimas noticias passaram a segredo?
Quando é que o silêncio caloroso passou a um incómodo tempo a pensar no que dizer a seguir?
Quando é que os abraços de desfizeram?
Quando é que as preocupações passaram a desprezo?
Quando é que a verdade passou a aparência?
E num gesto de magia tudo muda.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Eu sei!



E quando nos lembram de alguma coisa que nos incomoda? Daquilo que estamos fartos de saber mas não a podemos mudar. Daquilo que nos ocupa o pensamento mas queremos que se espalhe e se resolva rapidamente, porque não depende de nós. Mas mesmo assim há alguém que faz questão de analisar mais uma vez a situação e combater o óbvio.
Apetece-me desligar o telemóvel, ouvir música bem alta e, eventualmente, gritar!

terça-feira, 15 de junho de 2010

A arte de decidir



Decisões ponderadas. Tomadas conscientemente. Ponto assente, resoluto.
Quando parece que mais nada a vai afectar continua a orbicular, onde a lua enfeitiça o livre arbítrio. “E faz todo o sentido que seja assim por isso… está decidido”. Estará? Porque quando a pergunta é verbalizada a segurança não é mesma.
Os prós, os contras, as virtudes, os defeitos, as projecções, os caminhos tortuosos, tudo prudentemente acautelado.
Sou teimosa. Não quero ouvir a opinião de ninguém. Mantenho-a. Mas espero que não me questionem nem uma vez.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pensar demais



Redemoinhos de pensamentos ao deitar. Balanço do dia passado e do próximo. Coisas boas, más, inutilidades. Tenho-nos afastado com leituras. A decoração da minha mesinha de cabeceira agora conta sempre com vários livros.
Burburinhos ao acordar. Como superar algumas dificuldades. Muitas vezes a imaginação congemina contra nós. Salto da almofada. Afinal pensar de pé, num ambiente pouco propenso a sonhos (ou pesadelos) consegue calar a voz cautelosa que sempre nos falou ao ouvido.
Pensar faz bem. Rever atitudes, apontamentos vividos. Ter metas, sem previsões. Mas quero reduzir a previsibilidade. Quero ser surpreendida pela vida. Todos os dias um bocadinho que o meu grau de aventura tem que vir na dose certa, não pode chegar todo de uma vez e de raciocínio e um pára-quedas nunca fizeram mal a ninguém. 

quinta-feira, 10 de junho de 2010

“É como andar de bicicleta”



Mas eu nunca aprendi a andar de bicicleta. Triciclo serve?
Farta de arranjar desculpas, a adiar o óbvio lá fui eu. Sem direcção assistida e pronta para usar os bicípites.
Não correu mal. Afinal de contas já soube como se fazia só não o fazia há muito tempo. Não foi perfeito mas amanhã a volta continua e só com a prática podemos esperar a perfeição.
Correu melhor do que esperava. O percurso foi maior para a primeira aventura sem rodinhas/pedais de conforto.
Senti-me grande. Cresci um bocadinho assim e amanhã mais um bocadinho está pronto para crescer.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Aparências



Superficiais.
Tornam o momento e a experiência incompletos.
Podem surpreender-nos.
Apesar de algumas vezes ser difícil olhar para além delas sem uma primeira impressão dolorosa podem valer a pena. Ou simplesmente, enganar-nos. (Às vezes gosto de ser enganada).

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Revi-me



Apesar de haver coisas que ainda me custam a acreditar, a ser, há outras que são o meu reflexo no espelho, a minha história.

“ Eu tinha medo de tantas coisas. De nunca crescer, de ficar presa no mesmo sitio para sempre, de nunca alcançar os meus sonhos.
O tempo ilude-nos. Num dia sonhamos, noutro o nosso sonho torna-se realidade.
Agora que esta menina assustada não me acompanha para todo o lado tenho saudades dela. Porque tenho coisas a dizer-lhe. Queria que ela descontraísse, que não fosse tão séria. Porque tudo vai correr bem!
Devia saber que conhecer pessoas que gostem de nós, que nos aceitam como somos, será cada vez mais raro. Todos aqueles que moldaram quem sou estão sempre comigo. A história reescreve-se em detalhes a cada dia que passa e o meu amor por eles só aumenta. Porque a verdade é que foram tempos inesquecíveis. Cometemos erros, tivemos desgostos, aprendemos lições mas tudo isso agora é recordado com carinho. Como se proporciona? Porque nos esquecemos do mau e floreamos o bom? Talvez por necessidade de crer que aquele período significou algo. Que estivemos presentes numa época que nos definiu. Uma época que jamais esqueceremos.
Não garanto que tenha sido assim. Mas foi assim que me pareceu.”